Na nossa série de posts a respeito da viagem que fizemos ao Peru e a Bolívia, já abordamos não só a preparação do roteiro, como também curiosidades diversas, como o soroche, o clima e a moeda. Agora, chegou o momento de falarmos sobre as cidades que conhecemos! Em seguida, começaremos pela capital peruana e responderemos algumas dúvidas sobre o local, mostrando tudo que estava no nosso roteiro de Lima. Se você está montando o seu, veja a seguir algumas dicas:
Roteiro de Lima
Quando eu estava indo para lá, montar o roteiro de Lima era uma das minhas maiores preocupações! O que vou fazer lá, onde irei, que locais quero conhecer, etc. Através de pesquisas, descobri alguns lugares muito comentados, mas ainda assim era difícil imaginar a logística física que eu teria que enfrentar.
Todavia, ao chegar lá descobri que não tinha mistérios. Era muito tranquilo caminhar pela cidade, encontrar o que eu queria ver e descobrir novos lugares que não estavam na lista. É legal manter isso em mente na hora de montar o roteiro para conseguir aproveitar a cidade sem se ater à obrigações.
Gosto de salientar que cada pessoa possui seu próprio estilo de viagem. Embora eu tenha feito uma pesquisa prévia para me situar, eu mantive meu roteiro de Lima bem flexível, sem datas, ordens e horários, de forma que isso me permitisse explorar os arredores mais livremente e absorver a atmosfera dos locais que eu estava conhecendo. Após pesquisar muito sobre roteiros, eu marquei alguns poucos pontos que eu considerava obrigatórios e muitos outros que eu selecionei, mas que tudo bem se não desse para conhecer.
Todos os locais que percorri estão marcados no mapa abaixo. O uso das etiquetas foi explicado no nosso post sobre o roteiro, caso queira conferir. Use o mapa para se situar durante o post, conforme falamos sobre o roteiro de Lima. Vamos lá?
Bairros
Os principais bairros que frequentamos foram Barranco (onde estava nosso apartamento alugado), Centro Histórico, Surquillo, San Isidro e, é claro, Miraflores. Todos podem ser visualizados no mapa acima.
Eu estava acompanhada por um familiar e me senti muito confortável para percorrer os bairros e conhecê-los a pé. Em um dos dias, caminhamos de Barranco, onde estava nosso apartamento, até o Larcomar, o Parque del Amor e o Parque Central de Miraflores. O passeio foi extremamente agradável, pois fomos costeando a avenida Circuito de Playas. Assim, acompanhamos o litoral de Lima e visualizamos o Oceano Pacífico durante quase todo o passeio.
Foi bem tranquilo percorrer os caminhos que fizemos a pé. Não nos sentimos inseguros ou ameaçados em nenhum momento. Só pegávamos taxís quando eram pontos muito distantes entre si ou final do dia.
1º dia
Antes de tudo, é importante salientar que cheguei bem no final do dia, quase meia-noite. Então só cheguei no apartamento e fui dormir para começar cedo no dia seguinte. Confira o roteiro do primeiro dia em seguida:
Centro Histórico

Igreja de la Recoleta. Foto por Fabryce Scharlau.
No primeiro dia, então, fomos ao Centro Histórico de Lima. Lá, passamos por lugares como a Igreja de la Recoleta, Praça de San Martín, Jirón de la Unión (uma espécie de calçadão, com várias lojas e afins), Igreja de la Merced, Praça de Armas de Lima, alguns museus, outras igrejas e dois bares. Todos os locais estão marcados, em ordem, no mapa.
Além de entrar em alguns lugares, passeamos bastante pelo centro e fomos a pé de um local para outro. A Praça de Armas de Lima é um belo lugar para ver os famosos balcões em estilo colonial espanhol (como os da primeira foto do post). Tanto a Praça de Armas quanto a Praça de San Martín são muito bem iluminadas durante a noite e é muito imersivo ficar lá observando a movimentação dos locais e suas famílias.

Catedral de Lima | Pisco Sour no Bar Maury | Fotos de Fabryce Scharlau.
Permita-se um tempo para explorar os arredores. Aproveite o passeio e vá até o Bar Maury experimentar o famoso Pisco Sour, bebida peruana (ou chilena, conforme polêmica), feita com pisco (um tipo de aguardente de uva), limão, açúcar e claras de ovos. O bar, que funciona desde 1821, declara que a famosa bebida foi criada no local. Verdade ou não, vale a pena experimentar a bebida.
Finalizamos nossa visita ao Centro Histórico e fomos até o Circuito Mágico del Agua, no Parque de la Reserva. O Parque é muito amplo, limpo e famoso pelos shows noturnos de luzes e água. Gostaria de ter chegado mais cedo para conhecer melhor o parque e suas belezas, mas conseguimos apreciar o espetáculo e descobrir um pouco do parque (que é muito grande e cansativo de percorrer depois de passar o dia caminhando).
2º dia
Após um café da manhã reforçado, com pães, queijo e café local, começamos nossa jornada.
De Barranco a Miraflores

Visão do Oceano Pacífico no bairro Barranco em Lima | Foto de Fabryce Scharlau.
No dia seguinte, caminhamos do nosso apartamento até Miraflores, costeando o litoral de Lima. Se você gosta de caminhar e observar, aconselho fortemente uma longa caminhada pela beira das falésias (acompanhando a rua). Foi um dos momentos nos quais mais me senti conectada a Lima.
Caminhar pela extensão do Malécon (calçadão) de Miraflores é um passeio muito agradável. O local tem pista de caminhada, de ciclismo, muitas flores, verde, bancos e diversas atividades acontecendo ao seu redor. A população também adora o local e ele está sempre movimentado. É gostoso observar as pessoas aproveitando com suas famílias e amigos um espaço tão lindo e amplo.
Larcomar

Larcomar | Foto de Fabryce Scharlau.
Com exceção de pausas feitas em alguns lugares durante o percurso do apartamento até Larcomar para observarmos e tirarmos fotos, essa foi nossa primeira parada. O Larcomar é um shopping a céu aberto, construído sobre uma falésia, com vários restaurantes, lojas e cinema. É um lugar incrível, com vista panorâmica para o contorno que o Oceano Pacífico faz na cidade.
Os restaurantes, instalados na beirada, oferecem lanches, almoços e jantas com uma vista suspensa de tirar o fôlego! Infelizmente Lima está constantemente nublada, mas, se você tiver sorte, pegará um dia de sol!
Parque del Amor, Parque Kennedy e Parque Central de Miraflores

Parque del Amor. | Foto de Fabryce Scharlau.
Após sairmos do Larcomar, caminhamos até o Parque del Amor, famoso ponto turístico. É um espaço bonito, mas eu esperava um pouco mais. A orla toda em si é muito bela, verde e única. Nesse sentido, o parque não tinha nenhum diferencial exclusivo, além da escultura El Beso. Tinha bastante pessoas (locais) nos muros e ao redor. Não vejo ele como um ponto específico que precisa ser visitado, mas, sim, um pedaço de um todo muito mais amplo e completo.
Após isso, caminhamos até o Parque Kennedy e o Parque Central de Miraflores (basta seguir reto na rua Balecón Balta). Eu adorei muito esses dois parques. Explorei bastante essa parte, conhecendo lojas, provando comidas que eram vendidas na rua e vendo o trabalho de alguns artistas que estavam espalhados. Foi ótimo para descansar e observar a população.
No final do dia, retornamos ao Larcomar pela mesma rua para jantar no Tanta, em um cômodo suspenso com grandes janelas de vidro que permitiam uma bela vista para o Pacífico. No caminho, paramos para entrar em um Cassino, apenas para olhar e conhecer.
3º dia
No último dia na cidade, continuamos a conhecer alguns pontos turísticos e retornamos à lugares dos quais gostamos.
Huaca Pucllana

Sítio arqueológico Huaca Pucllana. | Fotos de Fabryce Scharlau.
Existem três sítios arqueológicos na cidade de Lima: Huaca Pucllana, Huallamarca e Pachacámac. Ir ou não ir em um ou mais sítios arqueológicos é uma escolha sua e varia com o objetivo da sua viagem. Esses sítios mostram como as civilizações pré-incas eram constituídas e como eram suas formas de viver. Esse conhecimento extra é uma forma de você compreender melhor a civilização Inca ao chegar em Macchu Picchu e ao visitar o Valle Sagrado.
Nesses sítios, você pode ver ruínas de pirâmides e se perde imaginando como seria a vida naquele lugar, há muitos e muitos anos. É realmente uma experiência complexa, que vai além de uma fila de turistas seguindo um guia através de restos. Fora isso, o passeio é simples. As explicações são passadas pelos guias em inglês e espanhol. Aconselho escolher a língua local, pois é de fácil entendimento e as explicações são mais completas e menos confusas.
Seguindo nosso roteiro de Lima, optamos por conhecer o Huaca Pucllana, por estar próximo e por ser o sítio mais visitado por turistas. Acredita-se que o templo era usado como local de sacrifício humano, para acalmar as deusas. Era um templo reservado para a elite, sacerdotes e nobres. Os pesquisadores acreditam que essa área era no mínimo seis vezes maior que atualmente.
Se surgirem dúvidas ou curiosidades durante as explicações, fique à vontade para questionar. Os guias possuem muitas informações que não são ditas nas explicações padrões.
Parque El Olivar e Mercado de Surquillo Nº 1

Parque El Olivar | Produtos no Mercado de Surquillo Nº 1 | Fotos de Fabryce Scharlau.
Depois de visitar o sítio arqueológico, caminhamos pelo bairro e chegamos ao Parque El Olivar. Lima possui dezenas de parques limpos e bem cuidados e este é um ótimo exemplo. O bairro San Isidro se desenvolveu ao redor deste parque, que possui mais de mil oliveiras e é um motivo de orgulho para a região. Havia diversos moradores passeando e foi muito agradável descansar no parque antes de seguir com o passeio.
Após isso, fomos até o Mercado de Surquillo Nº 1. Os mercados públicos são pratos cheios para quem é curioso, curte gastronomia e quer ver mais da vida local. No Mercado de Surquillo você verá uma quantidade incrível de grãos, condimentos, frutas e legumes! Inclusive, é um ótimo local para conhecer os vários tipos de ajís, batatas e milhos que você encontra no Peru. Para mim, é realmente um ponto indispensável. Aos domingos, acontece uma feira de produtos orgânicos na lateral do mercado.
Finalizamos o dia retornando para o Parque Central de Miraflores e o Larcomar para nos despedirmos da cidade e aproveitar um pouco mais esses locais dos quais gostamos muito. No dia seguinte, acordamos cedo para pegarmos o ônibus para Paracas.
Considerações finais sobre o roteiro de Lima

Miraflores, vista para o Parque del Amor. | Foto de Fabryce Scharlau.
Em Lima (quase) nunca chove (sério) e isso pode ser ótimo para turistas! Aproveite para fazer os incontáveis passeios ao ar livre que a cidade oferece, sem ser pego desprevenido. Além disso, a cidade é segura (pelo menos me senti assim nesses bairros) e o povo peruano é muito disposto.
Como você pode ver, em suma, meu roteiro de Lima foi simples e descomplicado, mas ao mesmo tempo muito proveitoso! Espero que essas dicas tenham auxiliado. Além dos principais pontos que mencionamos, ainda há alguns que estão marcados no mapa, pelos quais passamos. Aconselhamos explorar um pouco mais, para não deixar nada de fora! Ficaremos felizes em responder possíveis dúvidas sobre os locais mencionados ou marcados no mapa, então fique à vontade para entrar em contato!
Antes de ir eu estava me sentindo um pouco confusa e ansiosa, no entanto, ao chegar lá, vi que era muito fácil achar os pontos do roteiro. Leia um pouco sobre os lugares e selecione alguns, mas não faça disso uma tarefa trabalhosa, já que deve ser algo divertido e interessante!
Por fim, você encontra fotos da minha viagem pelo Peru e pela Bolívia nos destaques do meu instagram. Sou suspeita para falar, mas as fotos estão lindas e vale a pena conferir!
Já conhece Lima? Qual outro local você considera imperdível? Compartilha sua experiência com a gente!