Essa publicação faz parte de uma série de posts que iniciamos a respeito do Peru e Bolívia. Já explicamos como você pode organizar o seu roteiro e hoje vamos abordar algumas características desses dois países que vão te ajudar a se preparar para essa viagem.
É comum termos muitas dúvidas quando vamos viajar e logo começamos a procurar informações por todos os fóruns e sites que encontramos. Como também passei por isso, resolvi juntar aqui algumas informações gerais que foram importantes para a minha organização e que provavelmente serão importantes para você também. Se sua dúvida não for sanada, comenta com a gente!
Clima
Essa informação é essencial, visto que você precisa saber como estará o clima na região que você irá visitar para saber quais roupas levar na mala. No meu caso, em junho de 2017, fazia frio tanto no Peru quanto na Bolívia então, dessa forma, eu levei apenas roupas de inverno. Em Lima, a temperatura ficava entre 21ºc e 25ºc. Conforme íamos descendo, as temperaturas também iam baixando. Ao chegar em Arequipa, a temperatura ficava entre 13ºc e 19ºc. Em La Paz, a temperatura ficava em torno de 15ºc. E em Cusco, por volta dos 18ºc.
No geral, eu, que moro no Rio Grande do Sul, considero essas temperaturas agradáveis. Eu conseguia facilmente circular usando uma legging, botinhas, manga comprida, um blusão e um casaco leve (os quais frequentemente eu carregava, usando apenas a camiseta de manga comprida).
Moeda

Dinheiro PeruanoFonte
Primeiramente, você precisa saber quanto está valendo a sua moeda em relação as moedas dos países que você irá visitar. No Peru, a moeda corrente é o Novo Sol e a conversão, na época, foi basicamente 1/1. Ou seja, se você tem 1 BRL, você tem 1 PEN. Já na Bolívia, a moeda é o Boliviano e a conversão foi quase de 2/1. Ou seja, se você tem 1 BRL, você tem um pouco mais que 2 BOB (essas relações são referentes a época que eu fui, pesquise para ver como é atualmente).
Além de saber isso, você precisa saber como essas moedas são aceitas em seus países. Para o turismo, o dólar é melhor aceito e valorizado tanto no Peru quanto na Bolívia. Tendo essa informação, você faz a análise: é melhor trocar esse dinheiro no Brasil ou no destino? Nesse caso, fizemos uma análise simples. Além de ser mais prático levar dinheiro já trocado, nós vimos que fazer essa conversão de reais para dólar no Brasil, seria um pouco mais valorizada do que fazer a mesma no Peru (primeiro país ao qual iríamos).
Igualmente, percebemos que conseguiríamos comprar mais Soles no Peru com uma certa quantia de dólares, do que conseguiríamos se usássemos a mesma quantia em reais. Complexo, não? Mas basta fazer alguns cálculos simples de conversão usando sua moeda e a moeda do destino antes de partir.
Casas de câmbio
Nessa época, o dólar estava variando entre 3,2652 a 3,3385. Eu levei dólares e um pouco de reais. Lá, trocávamos os dólares e reais (já no final da viagem) por soles e bolivianos. No Peru, você encontra uma infinidade de casas de câmbio a cada esquina principal. Na Bolívia também tem muitas, inclusive pessoas vendendo na rua (das quais chegamos a comprar) e algumas na Sagarnaga (uma rua popular em La Paz que abordaremos em posts futuros). Porém, ao comprar na rua, fique muito atento aos arredores e veracidade das notas.
Importante: Leve notas em muito bom estado. Quiseram recusar uma nota de R$ 50,00 minha em uma casa de câmbio pois ela tinha um pequeno corte, bem pequeno mesmo. Para aceitar a nota, me cobraram 1 dólar (?), mas algumas não chegam a ser aceitas e você pode ter dificuldades em trocar seu dinheiro. Caso troque seu dinheiro em casas de câmbio, verifique se as notas estão em bom estado antes de sair do estabelecimento.
Segurança
Esse tópico sempre é delicado, uma vez que turistas normalmente não conhecem os perigos da região e naturalmente se sentem mais seguros. Sem dúvida pode ser que eu tenha sido afetada por isso, mas eu me senti extremamente segura no Peru.
Caminhava tranquila carregando minha mochila, caminhei sozinha pelas cidades, peguei táxis, visitei locais, tirei fotos com o celular, etc. Fui pouquíssimo assediada, o que aumentava minha sensação de segurança e o povo apresentava uma educação e prestatividade sem limites. Certamente, muito simpáticos e atenciosos.
Posteriormente, na Bolívia, me senti bem intimidada. Inclusive quase fui furtada em El Alto, em La Paz (mais detalhes no post sobre La Paz). Achei o pessoal pouco prestativo e mais reservado. Não que seja um problema. Apenas foi um grande contraste em relação ao Peru. Não atrapalhou em nada os passeios e foi uma viagem muito proveitosa. Provavelmente foi uma impressão pessoal, pois vi pessoas comentando o contrário.
Barganha

Lima, Peru.
Em ambos os países a barganha é muito comum, mas é ainda mais no Peru. Você pode chorar o preço de tudo o que você quiser (com exceção de lugares com preços tabelados, etc). Por exemplo, se um blusão de lã custa cerca de 55 soles, você facilmente consegue comprá-lo por 40 ou 45. Se for levar mais peças, consegue chorar o preço ainda mais, com um pouco de charme, conversa e sorrisos. O mesmo serve para outros itens de artesanato e comidas de rua.
Quanto aos táxis, em ambos os locais os preços são determinados diretamente com o motorista. Antes de entrar no carro, pergunte quanto custa para ir até o lugar X. Se ele disser, por exemplo, que a corrida custará 10 soles, você consegue acordar um valor entre 5 e 6. Se ele não aceitar, você pode negar e tentar o próximo. Muitas vezes eles aceitam.
Outra forma de fazer isso é perguntar para um habitante local quanto custa uma corrida de lugar X a Y. Um exemplo que nos ocorreu foi perguntarmos isso para um local e ele dizer que era cerca de 5 soles. Quando fomos até o táxi, nos foi informado o valor de 12. Para convencer o motorista a baixar o preço, informamos que no dia anterior havíamos pego um naquele mesmo local por 6. Assim, acordávamos o valor.
Se você analisar meu mapa, poderá analisar as distâncias que percorremos dentro das cidades. Muitas delas foram a pé. Muitas muitas. Mas as que pegávamos um táxi nunca davam mais de 12 soles (por exemplo, do Larcomar até nosso apartamento em Barranco, pagávamos entre 7 e 10 soles – meu tio tinha mais sucesso nas barganhas por ter um ar mais intimidador ahaha).
Idioma
Se você não sabe nada de espanhol, não tem problema nenhum! Eles sabem que você é um turista e falam com simplicidade. Nesse sentido, é muito tranquilo de compreender e ser compreendido, mesmo falando em português. Claro, a viagem se torna mais legal e imersiva quando você sabe algumas coisas básicas, como cumprimentos e outras palavras úteis. Então reserve um pequeno tempo para isso. De forma geral, você não precisa se preocupar em não ser compreendido ou não compreender.
Vários tours são oferecidos em espanhol e inglês. No entanto, o inglês deles normalmente é bem fraco e enrolado. Eu, que falo inglês fluentemente, entendia mais as explicações em espanhol (que não sei falar) do que as em inglês. A língua é muito semelhante com o português do Brasil. A princípio você não terá problemas com isso.
Soroche

Folhas de Coca. Fonte
O Soroche é o mal estar causado pela altitude, muito comum em países elevados. Sendo assim, seus sintomas são a falta de ar, tonturas, enjoos e dores de cabeça. Isso se dá pois, quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar. Surpreendentemente, eu não fui muito afetada pela sensação. Eu li sobre isso em todos os lugares e fui achando que teria dificuldades. Mas foi muito tranquilo, praticamente normal para mim. Claro, em passeios que requeriam maior esforço físico, você fica sim cansado mais rápido e com maior facilidade. Dessa forma, logo já está precisando tomar fôlego. Mas em uma visão geral, não senti os efeitos.
Meu tio, um homem muito maior que eu, sentia muito o soroche em pequenas caminhadas, às vezes tendo dificuldades para respirar até na hora de dormir.
Quanto mais alto você estiver, maior será a sensação de soroche. Para evitá-la, você pode usar produtos feitos das folhas de coca, como chás, balas e até mascando as folhas in natura. Quando estiver lá, você encontrará as folhas em praticamente todo lugar.
Internet móvel
Em tempos de tecnologia e conexão 24hrs, certamente você não vai querer ficar offline, certo? Além de você poder postar suas fotos e entrar em contato com amigos e familiares, você também pode fazer pesquisas rápidas no mapa e outras informações.
No Peru, a operadora utilizada foi a Claro. Você escolhe um plano com certa quantidade de internet e paga um valor X. Veja qual é seu consumo normal de internet no Brasil e veja mais ou menos quanto você vai precisar de internet para a quantidade de dias que você vai ficar no país. Compramos um chip diretamente no aeroporto, já com pacote de dados incluso.
Já na Bolívia, a operadora que usamos foi a Tigo. Compramos o chip, com plano, em um guichê na rua, próximo a catedral de São Francisco. No entanto, não se preocupe: tem vários guichês espalhados pela cidade.
Essas são algumas informações importantes para quem está visitando o Peru e a Bolívia pela primeira vez. Além de ajudar a organizar a mala e acalmar o psicológico, também te ajuda na hora de planejar suas finanças. Por fim, aprenda a montar seu roteiro, veja o que fiz durante minha estadia em Lima e não deixe de conhecer esses destinos incríveis!
Gostou desses resumos? Está com dúvida sobre algo mais? Pergunte para a gente!
Analia Menezes
Adorei as dicas. É sempre saber de roteiros como este. Amei o blog tbm, vou ficar por aqui pra ver mais dicas..
beijos